O velho e o mar
Esse é um texto de Ricardo Gondim. ( Apenas trechos)*
" O velho e o mar" tornou-se um sucesso porque identificava o sentimento daqueles que chegam ao fim da vida carregando pesadamente nas costas a carcaça do objeto pelo qual batalharam a vida toda...
Dói pensar que chego nessa idade, temeroso de que o projeto ao qual me dei por tantos anos, esteja se reduzindo a uma carcaça. Observo o avanço das superstições na espiritualidade evangélica [brasileira] e antecipo que logo não se acreditará mais na suficiência da Cruz. Com a proliferação dos amuletos e das intermináveis campanhas de oração, prevejo muitas igrejas retrocendo aos tempos medievais, com um evangelho de obras...
Entristece-me observar o esvaziamento dos conteúdos da fé. Privilegiam-se as coreografias e ressaltam-se os carismas, mas se esquecem os significados mais profundos da mensagem. Assombra-me pensar que a proposta do Reino venha se resumir a chavões sem conteúdo. Deploro imaginar que muitos pastores se contentem com frases, que de tão repetidas, já perderam seu valor. Não se pode deixar a notícia mais alvissareira acabar em ditado de pára-choque de caminhão.
Sinto necessidade de alertar as Igrejas sobre as novas pressões que sofrerão à medida que crescerem numericamente. Quanto mais visíveis, mais cobiçados por oportunistas e demagogos. Auditórios lotados encantam políticos em busca de votos, atraem marqueteiros ansiosos pelos "quinze minutos de fama". Temos que nos precaver para que o Corpo de Cristo não vire negócio, e os crentes, mero consumidores.
O Sucesso de Santiago foi ilusório. Apesar de pescar um grande peixe, só lhe sobrou um esqueleto carcomido...Hoje mais do que nunca, o movimento evangélico precisa tomar muito cuidado para, no último dia, não se apresentar diante de Jesus com a alma atrofiada...
Que Deus nos ajude a resgatar a centralidade do Evangelho, pois só assim nosso trabalho não será vão no Senhor.
Soli Deo Gloria
Ricardo Gondim
PS:* Texto Publicado na Revista Palavra, EUA, edição Agosto de 2007
" O velho e o mar" tornou-se um sucesso porque identificava o sentimento daqueles que chegam ao fim da vida carregando pesadamente nas costas a carcaça do objeto pelo qual batalharam a vida toda...
Dói pensar que chego nessa idade, temeroso de que o projeto ao qual me dei por tantos anos, esteja se reduzindo a uma carcaça. Observo o avanço das superstições na espiritualidade evangélica [brasileira] e antecipo que logo não se acreditará mais na suficiência da Cruz. Com a proliferação dos amuletos e das intermináveis campanhas de oração, prevejo muitas igrejas retrocendo aos tempos medievais, com um evangelho de obras...
Entristece-me observar o esvaziamento dos conteúdos da fé. Privilegiam-se as coreografias e ressaltam-se os carismas, mas se esquecem os significados mais profundos da mensagem. Assombra-me pensar que a proposta do Reino venha se resumir a chavões sem conteúdo. Deploro imaginar que muitos pastores se contentem com frases, que de tão repetidas, já perderam seu valor. Não se pode deixar a notícia mais alvissareira acabar em ditado de pára-choque de caminhão.
Sinto necessidade de alertar as Igrejas sobre as novas pressões que sofrerão à medida que crescerem numericamente. Quanto mais visíveis, mais cobiçados por oportunistas e demagogos. Auditórios lotados encantam políticos em busca de votos, atraem marqueteiros ansiosos pelos "quinze minutos de fama". Temos que nos precaver para que o Corpo de Cristo não vire negócio, e os crentes, mero consumidores.
O Sucesso de Santiago foi ilusório. Apesar de pescar um grande peixe, só lhe sobrou um esqueleto carcomido...Hoje mais do que nunca, o movimento evangélico precisa tomar muito cuidado para, no último dia, não se apresentar diante de Jesus com a alma atrofiada...
Que Deus nos ajude a resgatar a centralidade do Evangelho, pois só assim nosso trabalho não será vão no Senhor.
Soli Deo Gloria
Ricardo Gondim
PS:* Texto Publicado na Revista Palavra, EUA, edição Agosto de 2007
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